Adicional de Periculosidade 2025: Valor, Cálculo e Direitos do Trabalhador

26 de setembro de 2025

Compartilhe:
O Que é o Adicional de Periculosidade? | Barbieri Advogados

O Que é o Adicional de Periculosidade?

Você já ouviu falar no adicional de periculosidade? Esse benefício é uma compensação financeira destinada aos trabalhadores que desempenham suas funções em ambientes considerados perigosos. Conforme o entendimento da equipe da Barbieri Advogados, periculosidade significa a exposição constante a riscos que podem causar danos graves à integridade física ou até mesmo à vida do profissional.

Mas qual o real objetivo desse adicional? Essencialmente, ele atua como uma forma de proteção social e estímulo ao trabalhador, reconhecendo que sua atividade envolve perigos extras. Dessa maneira, gera um amparo econômico que ajuda a mitigar os impactos do risco presente no dia a dia da função.

Na prática, o valor pago a título de adicional serve para compensar esses perigos que, sem essa garantia, poderiam afetar diretamente a saúde e a segurança do empregado. Por isso, o direito ao adicional de periculosidade é fundamental para fortalecer a defesa dos profissionais expostos, valorizando e protegendo quem atua nessas condições.

Quer entender também sobre os direitos ligados à insalubridade e como esses mecanismos se complementam? Vale a pena conferir.

Ilustração da seção: Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

Quem Tem Direito ao Adicional de Periculosidade?

Você sabe exatamente quem tem direito ao adicional de periculosidade? Segundo a legislação brasileira, essa compensação é devida aos trabalhadores expostos a atividades que envolvem risco acentuado à integridade física ou à vida. Entre os profissionais mais comuns nesta condição, destacam-se os eletricitários, que lidam com alta tensão; vigilantes, que atuam na proteção de pessoas e patrimônios; e motoboys, que enfrentam perigos constantes no trânsito.

Além dessas categorias, outras profissões também podem ter direito ao benefício, desde que comprovada a exposição contínua a agentes perigosos conforme as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. A Justiça do Trabalho frequentemente analisa casos em que trabalhadores buscam reconhecer essa condição. Por exemplo, em processos envolvendo motoboys, tem sido comum o reconhecimento do direito ao adicional, considerando os riscos do trânsito diário e as condições precárias de segurança.

Por isso, é fundamental entender que não basta apenas atuar próximo ao perigo, mas sim comprovar essa exposição para garantir a compensação. Caso você tenha dúvidas sobre seu caso, é possível buscar orientações jurídicas especializadas para avaliar seus direitos e procedimentos. Saiba mais sobre direitos trabalhistas visitando a seção sobre ônus da prova, que esclarece as responsabilidades em processos como esses.

Principais Categorias com Direito ao Adicional de Periculosidade

Categoria

Exposição ao Risco

Exemplo Prático

Eletricitários

Contato com alta voltagem e circuitos elétricos

Manutenção em redes energizadas

Vigilantes

Proteção pessoal e patrimonial, risco de violência

Atuação em locais de alto índice criminal

Motoboys

Exposição constante no trânsito, acidentes e roubos

Entrega de mercadorias em grandes centros urbanos

Valor do Adicional de Periculosidade em 2025

Você sabe como é definido o valor do adicional de periculosidade em 2025? De modo geral, ele corresponde a 30% sobre o salário-base do trabalhador, conforme estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa base inclui o salário contratual, acrescido de eventuais adicionais que integrem a remuneração habitual, como o adicional noturno. Pensando nisso, conhecer a base de cálculo correta faz toda a diferença no valor recebido.

Contudo, existe uma particularidade para eletricitários contratados antes de 2012. A Súmula 191, inciso II, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determina que, nesse grupo, o cálculo do adicional deve ser feito sobre o salário contratual antes dos adicionais, ou seja, não incide sobre o salário composto por outros adicionais. Essa distinção pode gerar diferenças consideráveis no valor final percebido por esses profissionais.

Diferenças na Base de Cálculo do Adicional de Periculosidade

Tipo de Trabalhador

Base de Cálculo

Referência Legal

Trabalhadores em geral

Salário-base + adicionais habituais (ex: adicional noturno)

Art. 193 da CLT

Eletricitários contratados antes de 2012

Salário contratual sem adicionais

Súmula 191, II, TST

Para evitar dúvidas, vale destacar que o correto entendimento da legislação é essencial para que você saiba exatamente quanto tem direito a receber. Caso queira aprofundar-se em cálculos trabalhistas, sugerimos a leitura de nosso guia completo sobre cálculo de insalubridade, que também aborda aspectos importantes relacionados aos adicionais de risco. E se está preocupado com reflexos de uma ação trabalhista em benefícios previdenciários, confira informações detalhadas sobre averbação trabalhista.

Imagem relacionada a: Valor do Adicional de Periculosidade em 2025

Como Calcular o Adicional de Periculosidade

Quer entender de forma simples como calcular o adicional de periculosidade? A fórmula básica é bastante direta: basta multiplicar 30% pelo salário-base, considerando a base de cálculo adequada para o seu caso, que varia conforme o tipo de trabalhador, conforme explicado anteriormente.

Assim, a fórmula geral é:

Adicional de Periculosidade = 30% x Base de cálculo

Por exemplo, imagine um trabalhador com salário-base de R$ 2.000,00 que recebe adicional noturno habitual. Nesse caso, a base será o salário acrescido do adicional noturno. Caso o adicional noturno seja 20%, a base total seria R$ 2.400,00 (R$ 2.000 + 20% de R$ 2.000). O valor do adicional será 30% de R$ 2.400,00, ou seja, R$ 720,00.

Todavia, para eletricitários contratados antes de 2012, o cálculo incide apenas sobre o salário contratual, excluindo esses adicionais. Isso pode gerar controvérsias que frequentemente demandam análise judicial, uma vez que empregados buscam reconhecimento do direito ao cálculo ampliado.

Exemplo Prático de Cálculo do Adicional de Periculosidade

Perfil

Salário Base

Adicionais Incluídos

Base de Cálculo

Valor do Adicional (30%)

Trabalhador em geral

R$ 2.000,00

20% adicional noturno

R$ 2.400,00

R$ 720,00

Eletricitário antes de 2012

R$ 2.000,00

Nenhum

R$ 2.000,00

R$ 600,00

Além disso, é importante destacar que o adicional de periculosidade tem reflexos diretos em outras verbas trabalhistas, como férias, 13º salário e FGTS, que incidem sobre a remuneração total recebida. Essa questão costuma ser alvo de disputas judiciais, sendo necessário comprovar o direito para garantir a correta incorporação desses valores.

Em demandas judiciais, a precisão no cálculo pode fazer toda a diferença para o trabalhador, situação que recomendamos acompanhar com atenção, sobretudo diante da complexidade que envolve os processos trabalhistas atuais.

Para quem deseja se aprofundar em direitos relacionados, processos e cálculos trabalhistas, sugerimos ainda a leitura sobre etapas e prazos de processos trabalhistas, ótimo conteúdo para entender os caminhos legais dessas demandas.

Comprovação do Direito ao Adicional de Periculosidade

Como comprovar o direito ao adicional de periculosidade? Para isso, o processo costuma começar com a realização de uma perícia técnica, que analisa as condições do ambiente de trabalho e identifica a exposição a riscos previstos em lei. Essa etapa é fundamental, pois garante que o trabalhador esteja realmente sujeito à situação de perigo que justifica o adicional.

Além disso, é essencial reunir documentos que comprovem a relação de trabalho e as atividades exercidas, como contratos, descrições de função e laudos ambientais. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também pesa na avaliação: caso sejam eficazes para eliminar o risco, o adicional pode ser impactado. No entanto, decisões recentes do STJ têm destacado que a simples utilização de EPIs não impede automaticamente a percepção do adicional, dadas as peculiaridades de cada caso.

Documentos e Elementos Necessários para Comprovação

Elemento

Função no processo

Perícia técnica

Confirma a exposição aos riscos de periculosidade

Contrato e descrição da função

Prova as atividades desempenhadas

Laudos ambientais

Detalham as condições do local de trabalho

Comprovação do uso de EPIs

Analisa a efetividade na neutralização do risco

Casos judiciais recentes mostram que a ausência ou insuficiência da proteção, mesmo diante do uso dos EPIs, reforça o direito ao adicional. Para quem deseja entender melhor os debates sobre a eficácia dos equipamentos de proteção e seus impactos, vale conferir o conteúdo sobre a decisão do STJ sobre eficácia dos EPIs.

Por fim, saiba que o ônus da prova cabe ao trabalhador, que deve demonstrar as condições nocivas de sua rotina, um tema detalhado no artigo sobre ônus da prova. Portanto, reunir documentação robusta e contar com perícia qualificada faz toda a diferença na garantia e manutenção do benefício.

Adicional de Periculosidade e Acúmulo com Outros Benefícios

Você sabe se é permitido receber o adicional de periculosidade junto com outros adicionais, como o de insalubridade? A regra geral estabelece que esses benefícios não são cumulativos. Isso porque tanto o adicional de periculosidade quanto o de insalubridade visam compensar riscos distintos no ambiente de trabalho, mas não podem ser somados ao mesmo tempo.

Então, como funciona na prática? O trabalhador deve optar pelo adicional mais vantajoso financeiramente, seja o de periculosidade ou o de insalubridade. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reforça essa escolha, dando preferência à maior remuneração que reflete melhor o grau de risco do cargo exercido.

Comparativo entre Adicional de Periculosidade e Insalubridade

Critério

Periculosidade

Insalubridade

Percentual

30% sobre o salário-base

10%, 20% ou 40%, conforme grau do risco

Natureza do risco

Contato com inflamáveis, explosivos e energia elétrica

Exposição a agentes nocivos como ruído, calor e substâncias químicas

Acúmulo

Vedado, com escolha do benefício mais vantajoso

Vale destacar que essa escolha deve ser feita com base em análise técnica e documentação adequada. Para compreender melhor a apuração do adicional de insalubridade e seus critérios, é interessante conferir nosso guia completo sobre o tema, que explica direitos e cálculos detalhados.

Situações Especiais e Exceções

Você já se perguntou o que acontece com o adicional de periculosidade quando o trabalhador tem exposição intermitente ao risco ou quando exerce atividade remota, como ocorreu durante a pandemia? Essas são dúvidas muito comuns e que o Tribunal Superior do Trabalho esclareceu em suas súmulas.

De acordo com a Súmula 364 do TST, o adicional de periculosidade é devido mesmo que o contato com o agente perigoso não seja contínuo, desde que essa exposição ultrapasse metade da jornada diária. Isso significa que, mesmo que o risco seja intermitente, se for frequente, o trabalhador deve receber o adicional.

Quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a Súmula 289 orienta que a neutralização do risco, e consequentemente a suspensão do adicional, só ocorre quando os EPIs forem eficazes e devidamente fornecidos pelo empregador. Caso contrário, o benefício continua garantido ao profissional.

Resumo das Exceções ao Adicional de Periculosidade

Situação

Condição

Resultado

Exposição Intermitente

Contato maior que 50% da jornada

Adicional devido

Trabalho Remoto (Pandemia)

Ausência de contato direto com risco

Adicional suspenso enquanto durar a modalidade

Neutralização por EPIs

EPIs eficientes e fornecidos corretamente

Adicional suspenso

Lembre-se que a análise dessas situações exige comprovação técnica e documental, garantindo segurança ao trabalhador. Para entender questões relativas à eficácia dos EPIs no ambiente de trabalho e seus impactos jurídicos, é recomendado conferir material específico que aborda essa temática com mais profundidade.

Perguntas Frequentes e Passos para Requerer o Adicional

Quer entender melhor o que é necessário para receber o adicional de periculosidade? Vamos responder algumas dúvidas comuns e mostrar um caminho simples para garantir seu direito.

Principais dúvidas sobre o adicional de periculosidade

  • Quem tem direito ao adicional? Trabalhadores expostos a atividades perigosas com risco à integridade física, conforme previsto em legislação e normas específicas.

  • O que comprovar para solicitar o adicional? Laudos técnicos atualizados que atestem a periculosidade do ambiente ou função desempenhada.

  • Posso perder o adicional se usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)? Apenas se os EPIs forem eficazes e fornecidos corretamente, neutralizando o risco, conforme determina a Súmula 289 do TST.

Guia prático para requerer o adicional de periculosidade

Etapas para solicitar o adicional

Passo

Ações importantes

Dicas úteis

Documentação inicial

Reúna contrato, holerites e laudo técnico

Peça apoio do sindicato ou setor de segurança do trabalho

Tentativa administrativa

Solicite o adicional diretamente ao empregador

Faça tudo por escrito para comprovar a demanda

Orientação jurídica

Consulte advogado especializado para avaliar documentos

Entenda seus direitos e possibilidades antes de agir

Ação judicial

Quando não houver acordo, ingresse com reclamação trabalhista

Esteja atento aos prazos e às provas necessárias

Lembre-se, o ônus da prova é essencial nesse processo — cabe ao trabalhador apresentar evidências claras da periculosidade exercida. Para aprofundar nesse aspecto, vale conferir orientações específicas sobre o ônus da prova.

Por fim, se estiver pensando em recursos judiciais, é importante compreender as fases do processo. Saiba mais lendo conteúdos que explicam o tempo e etapas do processo trabalhista. Assim, você se prepara melhor para garantir seus direitos.

Conclusão

Retomando os principais pontos deste artigo, o adicional de periculosidade é uma garantia fundamental para trabalhadores que atuam em ambientes com riscos à integridade física. O reconhecimento desse direito, contudo, depende da comprovação técnica por meio de perícia especializada e documentos atualizados que atestem os perigos envolvidos.

Por isso, é crucial reunir toda a documentação necessária, como contratos e laudos, para fundamentar o pedido junto ao empregador ou na Justiça, quando for o caso. Ainda, consultar um profissional jurídico capacitado faz toda a diferença para entender possibilidades, evitar erros e ampliar as chances de sucesso na reivindicação.

Quer uma avaliação mais detalhada do seu caso? Procure orientação especializada e descubra como tomar as melhores decisões. Nosso time está preparado para oferecer o suporte que você merece e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Para ampliar seu conhecimento sobre temas correlatos, como questões trabalhistas envolvendo aposentadoria ou impactos de equipamentos de proteção, indicamos conteúdos úteis que podem fazer a diferença em sua jornada.