Justiça aprova recuperação da Ambipar no Rio de Janeiro
Justiça aprova recuperação da Ambipar no Rio de Janeiro
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Companhia mencionou risco de rombo financeiro de R$ 10 bilhões sem recuperação judicial
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Credores resistiram à condução do processo na Justiça fluminense
A 21ª Câmara de Direito Privado do Rio de Janeiro aprovou, nesta segunda (27), que o pedido de recuperação judicial da Ambipar seja conduzido na Justiça fluminense, o que é considerado uma vitória para a empresa na queda de braço com bancos credores. O processo, contudo, ainda não foi acatado.

Fachada de unidade da Ambipar, multi brasileira de soluções ambientais para empresas – Divulgação
Conforme o Painel S.A. noticiou, as instituições financeiras queriam que o processo fosse protocolado em São Paulo, por uma leitura de que a Justiça fluminense é mais condescendente com as empresas em recuperação, enquanto a de São Paulo costuma ser mais favorável aos credores.
A Ambipar acumula uma dívida bruta de R$ 10,7 bilhões, segundo o balanço financeiro da companhia do segundo trimestre. Antes de entrar com pedido de recuperação judicial, a companhia protocolou na Justiça do Rio medida de tutela cautelar, para travar o pagamento de suas dívidas.
No pedido à Justiça, a companhia disse que o pivô da crise financeira eram os contratos de swap assinados por executivos da empresa com o Deutsche Bank, sem aprovação do conselho de administração, que tiveram aditamentos que foram maléficos para a companhia.
Diante dessa situação desfavorável, o banco alemão cobrou pagamento bilionário com risco de antecipação da dívida. Se isso ocorresse, poderia haver um efeito cascata sobre outros contratos, gerando um rombo financeiro de R$ 10 bilhões na empresa, já que praticamente todos os contratos financeiros da companhia contêm cláusulas de vencimento cruzado.
Em nota, o Deutsche Bank disse que os contratos foram realizados de acordo com os padrões de mercado, seguindo todas as obrigações legais.
A instituição financeira afirmou que eles foram firmados a pedido da Ambipar, para ajudar a reduzir os custos da operação de proteção cambial da companhia.
“Os termos do aditivo foram transparentes para a empresa, amplamente revisados por seus representantes legais, e o contrato foi assinado pelos diretores estatutários Thiago da Costa Silva e Luciana Freire Barca Nascimento”, disse o banco.
Com Stéfanie Rigamonti

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