OPORTUNIDADES BRASIL-ALEMANHA NO MERCADO DE HIDROGÊNIO VERDE

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07 de junho de 2024

A Alemanha está avançando na transição para uma economia de baixo carbono, com metas rigorosas de mitigação de emissões. A responsabilidade pela preservação do clima global está trazendo vantagens competitivas para suas economias domésticas. Esta transição é marcada por um forte marco regulatório e um parlamento ativo, apoiando políticas favoráveis às energias renováveis, apesar das pressões dos setores de energia nuclear e carvão.

Os objetivos da Alemanha em cooperação com países emergentes se refletem na parceria com o Brasil. O Ministério para Cooperação e Desenvolvimento alemão (BMZ) vê o Brasil como um parceiro estratégico na América Latina e no cenário global de proteção climática e ambiental. A cooperação bilateral se concentra na promoção das energias renováveis e na melhoria da eficiência energética, conduzida pelo BMZ, pelo Ministério Federal do Meio Ambiente (BMU) e pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa (BMBF).

Para o Brasil, há uma grande oportunidade em aprender com as experiências da Alemanha. A identificação de mecanismos institucionais eficazes pode fomentar uma integração mais eficiente entre políticas energéticas e iniciativas de combate às mudanças climáticas. A comparação com o modelo alemão pode inspirar uma transição mais eficaz para uma economia de baixo carbono.

No setor elétrico alemão, diversas instituições como o Ministério Federal de Assuntos Econômicos e Energia, o Ministério Federal do Meio Ambiente e a Agência Federal de Redes (Bundesnetzagentur) desempenham papéis cruciais na política energética e promoção das energias renováveis.

A abordagem alemã, a Energiewende, mobiliza a sociedade em prol das energias renováveis, destacando a importância de segurança energética e mitigação das mudanças climáticas. No Brasil, a política energética é historicamente focada na autossuficiência em petróleo, com menor prioridade para a preocupação ambiental. No entanto, iniciativas como o ProH2 e o Roteiro para a Estruturação da Economia do Hidrogênio no Brasil representam avanços significativos.

O ProH2, liderado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, e o Roteiro, sob o Ministério de Minas e Energia, visam desenvolver o hidrogênio verde no Brasil. Após um período de desvio de foco para o Pré-Sal, o governo brasileiro incluiu o hidrogênio em seu plano de longo prazo em 2020. O Brasil participa ativamente da Parceria Internacional para a Economia do Hidrogênio desde 2003.

Diversos órgãos no Brasil, como o Ministério de Minas e Energia, o Conselho Nacional de Política Energética, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e a Agência Nacional de Energia Elétrica, desempenham papéis essenciais na política energética e na promoção do hidrogênio verde.

Na Alemanha, a regulação energética evoluiu com a liberalização do mercado de eletricidade e gás natural, promovendo a concorrência e a integração transfronteiriça. A regulação do hidrogênio inclui a certificação dos métodos de produção e o fortalecimento do Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS), que tem um impacto significativo nas condições para o uso de hidrogênio verde.

A cooperação bilateral entre Alemanha e Brasil oferece oportunidades de investimento no hidrogênio verde. A troca de experiências e a adoção de melhores práticas podem enfrentar os desafios comuns da transição energética, promovendo a sustentabilidade ambiental e social. Investir em hidrogênio verde pode ser uma solução estratégica para ambos os países, alinhando-se aos objetivos globais de mitigação das mudanças climáticas e segurança energética.

Lorenzo Pinheiro Machado

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